terça-feira, 30 de julho de 2013

SAUDADES ETERNAS

Pela asas dos sentimentos
alada,batem as saudades
que entra ao abrirmos o coração e ela,
penetra-nos na alma,
ao descortinar de nossas janelas.
Entra e senta.
Em nosso peito deita,
é o regalo de quem deleita.
Degela a dor,
que escorre por um passado
tirando-nos do estupor.
Saudades,levas da vida
que ancora em nossos braços,
aportando em cada cantinho
marcando os nossos caminhos.
Saudades de um repente
de um coração ardente,
batendo latente
acordando emoções
que no coração ecoou
de alguém que já chegou.
Saudades,sonhos de uma realidade
do presente de um passado,
que nos traz a tona
aflorando sanidades das insanidades.
Saudades do hoje,
que já foram ontem
que será todo um nosso amanhã
e que seja eterno enquanto dure.









terça-feira, 23 de julho de 2013

UM SONHO LONDRINO

Os ventos emanam do sul sobre aquele arrebalde londrino,de um inverno europeu.Os flocos de neve,caem esbranquiçantes sobre as árvores,cobrindo-as com os grisalhar das guedelhas envelhecidas.
O cinzento das ruas,contrasta com os coloridos dos agasalhos dos que perambulam pelas ruas um tanto quanto desérticas.
Os flamboyant já não ornamentam com a sua altivez rubra,as ruas com as suas petalhadas a atapetar a pequena alameda,que hora,dentro de uma casa de chá,pessoas aqueciam com os seus achocolatados ferventes.Por aquecedores,ainda renascentistas,faziam os seus aquecimentos internos,aos pequenos agrupamentos de pessoas que frequentavam aquele estabelecimento,aventurando-se por aquela tarde friorenta.As luzes com os seus suportes talhados e forjados nas épocas aristocráticas,davam os seus ares nostálgicos à aquele ambiente um pouco lúgubre.
   Ao longe,se ouvia notas melodiosas de"Luci in the Sky with diamonds"dos Beatles,que harmonizavam com aquela tarde noite de ares Londrinos.Do meus quarto de hotel,se via a rua Natting Hill,destacada e conhecida pelos seus carnavais,suas boutiques,e sua casas vitorianas.Do lado direito da parede,uma velha cópia de Gauguin,enquanto a esquerda,um aquecedor,amornava aquele ambiente sólito.Um móvel do século XIX,onde se encontrava o meu net book trazia em minhas memórias inventivas,de quantas pessoas passaram por aquele quarto de hotel,desprovido de ostentações,a procura como eu,de resquícios daqueles que eu estava a cata,Beatles.
   Ali,bem perto,se encontrava também,a rua Abbey Road que era o templo dos Beatles,de onde se originou aquela famosa foto,dos quatro Beatles atravessando a rua em fila indiana.Abbey Road,originou-se de um mosteiro que se localizava naquelas imediações,e que por ventura veio a ser o templo de adoração dos famosos seguidores Beatles manias.Já havia visitados aqueles lugares marcantes de minha juventude,quando eternizados em minhas construções emocionais.Agora,estar ali naquele quarto de hotel,visualizava pela janela,toda uma história impregnadas em minhas memórias,um passado misturados nas massas concretizadas nas construções do homem que hoje sou.
Faltavam vinte minutos para as vinte horas.Minutos suficientes para que se chegassem ao aeroporto.Dentro do táxi,vou visualizando pessoas caracterizadas de vestimentas que deliberadamente os remetem aos Beatles.Um outro, com as madeixas longas,executava em seu violão,Imágine,com sua voz rouca,enquanto os passantes lhe jogavam moedas.Meu voo saiu vinte hora em ponto.Para trás ficaram marcas de uma adolescência,meu heróis musicais,onde edifiquei todos os meus sonhos de juventude,harmonizadas aos sons de minhas guitarras nos anos oitenta,pelos meus palcos da vida.
   Meu rádio relógio,em um repente,da o ar de sua graça me impelindo em meu acordar para o real.Foram somente sonhos,com realidades visualizadas nas audições e imagens de meus ídolos eternos,Beatles.Imagens esta que estampa a parede de meu quarto em um foto de um por um do album  Sgt.Pepper`s Lonnely Hearts Club Band.Sonhos,somente sonhos e nada mais.


















































terça-feira, 16 de julho de 2013

A DEUSA DAS AGUAS

A tarde já caminhava para o poente,enquanto os pássaros se aninhavam no aconchego de seus filhotes.O campanólogo puxava a corda que movia o badalar dos sinos das dezoito horas.As beatas dobravam os seus joelhos,na Nave Santa,reverenciando o Deus onipotente.Era o momento do Ângelo.Os sons do badalar dos sinos,ecoavam pelas montanhas,chegando aos ribeirinhos,carreados pelas brisas intrigantes que oscilavam as folhagens das árvores,enquanto o vai e vem das águas ao quebrantar nas pedras,soavam como sinfonias orquestrais das matas.
A cachoeira ondulantes,escorriam pelas ribanceiras,finalizando em espumas esvoaçantes,fazendo como que as sua quebradas nas pedras,ecoassem pelas florestas.
   Em meio a águas,emerge esculpida pelas mãos do Senhor,o morenado brejeira daquele corpo talhado e emoldurado,refletida ainda,por um fio de luz que beijava aquele corpo nu,que agora deslizava a apalpar com os seus pés,as areias alvas,tatuando pegadas molhadas em seu caminhar.
Cabelos ondulados,negros,a cascatear pelos seus ombros,cobrindo-lhes os seus seios fartos,como dois pomos a marcar um direcionamento.Olhos amendoados,azuis das águas,sobrepondo os lábio carnudos,porem avermelhados,que ao sorrir em minha direção,distinguia-se o brilho alvo de seus dentes,que reluziam à sua volta.Pernas delgadas,torneadas,que ao andar,bailavam suavemente,enquanto o meu ser,trêmulo,estático,compactuavam aquele ato de pura magia e estase.
   Aproximou-se de mim,sorriso escancarado,envolveu-me com os seus braços alongados sobre o meu corpo frenético,abrangendo-me com aquele corpóreo monumental anjo de candura.Seus lábios sobrepuseram sobre os meus,e em estase vaguei pela amplidão de meus desejos.
Nossos corpos,unos,repousaram levemente sobre a areia abrasadora e alva,aconchegando-nos ao nicho do amor.
   A pudicícia esvaiu-se ruborizada,apropriando-nos os Deuses libidinosos febrentos das orgíacas,impelindo-nos aos estases das sedações morfológicas sexuais.
Sublimados,esvaímos aos desejos aflorados nos compadecimentos de dois corpos sedentos apetecidos do amor.














































sexta-feira, 12 de julho de 2013

UM PASSADO MARCANTE

   Walter,puxou a manga de seu agasalho,pousou o seu olhar sob o seu relógio de pulso,marcavam seis e meia da manhã.Andava um tanto quanto apressado.Estava um pouco atrasado para o Ônibus o qual apanharia na rodoviária,as sete em ponto.Pela calçada,parou para exercer a sua benevolência que sempre lhe eram peculiares,ao dar uma moeda para aquele pobre velho que jazia sobre aquela calçada fria de inverno chuvoso.Walter,com a sua mochila sob as suas costas,apressava o seu passo,e ao virar a esquina,veio abalroar com uma senhora,vindo quase a joga-la sobre aquela calçada encharcada de água.Teve tempo ainda,de ouvir da pobre velha,palavras de baixo calão,no seu desculpar com a mesma,que assim fez com que o pobre rapaz viessem quase a perder o seu Ônibus.
   A rodoviária estava abarrotada de transeuntes em busca de seus respectivos box para os seus devidos Ônibus.Walter adentrou o seu Ônibus a procura de sua poltrona de número onze,ao lado da janela.Sentou-se,sem menos aperceber que uma senhora elegante,perfumada,sentou-se a seu lado.Estava absorto em seus objetivos.Não prestou muito atenção naquela senhora de fino trato.Queria,que o seu Ônibus criassem asas para que se chegassem ao seu verdadeiro e tão esperado destino.Ao passar as paisagens pela sua janela,seus pensamentos foram vagando quando da vez primeira,sob um altar de uma nave de Deus com a sua guitarra,entoando cânticos de louvor naquela missa,quando os seus olhos cruzaram com os dela.Coisa espontânea.Lembra ainda,de quando o padre ao fazer a homilia,ele absorto,trocavam olhares de coloquio,com aquela menina de olhos negros,porem doces,cílios destacáveis aos olhos,boca com um emoldurar de um batom suave de menia moça.Por várias vezes aquela sena se repetira ao longo de mais de um ano.
Walter,hoje,havia se mudado daquela cidade a procura do aprimoramento de seus estudos e trabalho.Nunca mais a vira.Seus sonhos ,ate então,de uma aproximação se perdera pelos verões e invernos da vida.
   Em uma tarde,já um pouco fria,sentado em sua mesa de trabalho com o seu Net Book,absorto,olhava as gotículas da chuva que escorriam pela sua janela,como naquele momento também,lhes escorriam as saudades daquela que não o fora,e tão pouco lhe havia dirigido uma palavra se quer naqueles tempos.O platonismo tomara o seu ser desde então.Seu violão solitário em um canto da sala,vez ou outra,vibravam as suas cordas,buscando através de seu trinido a imagem de sua musa bela nos acordes melodiosos de algumas canções.
   Ao voltar o seu olhar para o Net Book,algo lhe chamou a sua atenção.Alguém postara uma foto em um site de relacionamento,o qual a página estava focada, de várias pessoas,e dentre estas,Walter reconheceu a figura doce e pura que se destacara dentre as outras.Atônito,como havia parentes,ainda em sua cidade de origem,ligou para uma de sua primas,indagando sobre Ana Maria.Ana Maria,soubera de seu nome um pouco antes de se mudar de sua cidade natal.Naquele momento Ana Maria inundava-lhe a alma apos tantos anos.Sua prima lhe dissera que sim,ela ainda residia naquela cidade e trabalhava em um repartição pública.Walter,tentou vários contatos via net,mas todos em vão.
Agora se passara vários anos,Walter desce do Ônibus com as pernas um pouco trêmulas da emoção.Chegara a tão esperado destino.Já se passara desde então, vários anos decorridos.A velha e bela cidade de suas origens,estava ali,intacta,salvo algumas modificações na pracinha,mas tudo como antes.A mesma pracinha,com a sua feirinha livre ao lado da praça.Agora seus pensamentos já não eram os mesmos de anteriormente.Walter ao voltar o seu olhar para a torre da igreja que se encontrara em frete a praça,visualizou que o relógio marcavam dezoito horas,quando os sinos começaram o seu badalar das seis batidas.Em um repente,o badalar do sinos fizeram com que ele voltassem à sua realidade.Sabatinou-se por várias vezes o seu eu.Agora o que fazer,para onde ir,onde procurar,havia ela casado?!E se casada o fossem,o que o remeteu em estar ali estático,entre laços e traços,e nós atáveis ou não desatáveis?!Um sentimento de tristeza lhe abateu,com um misto de aflição e expectativas o tornaram o seu dono.
Um vazio cobriu-lhe a alma como uma escuridão desértica.Tudo de uma só vez lhe passara pela cabeça.Não suportaria a veracidade de que aquela que era a sua musa eterna estivessem unida a outrem pelos laços do matrimônio.Teria filhos?!Aquela dúvida carcomia as suas entranhas.Já se passara dua horas de sua estadia naquela rodoviária.Resolveu de vez colocar fim aquela questão.Caminhou ate o guichê de passagens,adquiriu-a e deu prosseguimento à sua volta.Adentrou novamente aquele Ônibus,encerrando assim um ciclo que marcara toda a sua vida,mas que agora extirparia,com todas as forças de sua memória.
   Sentou-se novamente naquela poltrona fria,não mais acolhedora,e pela janela viu passar imagens de um passado que tinha como epílogo,a história de um jovem que amou,enamorou-se uma jovem com todas as forças de um passado irradiante,porem com um futuro incerto.





















 




















quarta-feira, 10 de julho de 2013

O MATUTO

A lenha queima lentamente
é o cafe a fervilhar,
labaredas ardem as penelas
enquanto acomodado em um tamborete,
o matuto arregaça as calças ate a canela.

Seu caminhar é ate o curral.
Laça a perna da Mimosa
o tamborete lhe apoia o assento,
extrai o leite que cai ao balde,
espumante,morninho,é o que alimenta o seu rebento.

A lida não para.
É o apartar das rezes,
que muitas das vezes,
dispararam para a invernada,
em uma corrida desenfreada.

Emenda a cerca partida,
limpa o rego d`água
o milho é triturado no munjolo,
enquanto canta sem mágoas
alegria do sertanejo em carpir o solo.

O sol quase se pondo
sobre uma gamela de água quente,
repousa os seus pés cansados
pensando já na próxima nascente,
a labuta que será enfrentado.

O galo canto no poleiro
anunciando as horas seis,
enfia o seu pé na botina mateira,
de um pulo esta na cozinha
ajeitando a matula que é bem caseira.

Ajeitado sobre o arreio
cutuca as costelas de sua égua,
segue o trieiro com os latões de leite
é uma luta sem trégua,
não tem tempo a deleites.

Entrega seu leite na corrutela
passa na venda de seu Mané,
pega um litro de querosene
um pedaço de fumo,
é a alegria deste ser perene.

De volta a sua labuta
a diária é constante,
mas é o alimento de sua alma,
que agradece a Deus pelas dádivas
das coisas que lhes sempre são abundantes.

Ajoelha a pé de Aparecida
reza a sua Ave Maria,
finda com o nome do Pai,
agradece a romaria,
onde caminha todos os anos com fé e galhardia.









































quarta-feira, 3 de julho de 2013

NOVO DESPERTAR

No ressurgir nas nascentes
o sol vem aparecente
em um despertar inebriante,
ao espargir  pelos montes.

Renasce aos mesmo moldes
um glamour entorpecido
de um amor hibernado,
solvendo neste sol aquecido.

Os enraizamentos se perpetuam
arraigados na terra,
devolvendo o seu sombrear
ao acalento adormecido,que agora encerra.

Sinos soam em seu badalar
são impelidos pelas brisas,
é o festejar na terra dos cupidos
emoções que nos regozija.

São as dádivas do tempos idos
não mais nas terras do nunca,
mas sim,nos prados floridos
é o amor que nos abunda.