Exumei-a dos escombros de uma saudade em um cantinho já olvidados destravando os ferrolhos da memória, visualizando-a em retratos emoldurados nítidos inolvidável à nossa história. Esquadrinhei-a nos trilhos das nossas andanças nas intempéries das caminhadas já percorridas, que foram fracionados nos tempos agora,aglutinadas em nossa essências, sobremodo, no coração há guarida. Lapijei-a em folhas alvas matizando-as com nossa verbalidades, transmudando em aquarelas postadas nas paredes de minha alma, ornando agora,sem receios algum sobre mim,com seu cheiro de Bromélias. O saudosismo faz a sua presença em um suave martirizar, objetivando não mais sonhos uma fulguração real, em um só entrelaçar.
O galo infla o seu peito com o seu jeito de tenor, abre a sua cantadeira anunciando uma nova aurora, acordando o roceiro a iniciar a sua vida mateira. Fogão já em brasa lambendo as penelas, fervilha o café com o leite assando ate o bolo de fubá, enquanto no curral Zé ordenha, ao lado,com milho, ha um jacá. O bule sobre a mesa o bolo na gamela, que será a sobre-mesa mais tarde no jantar. Tem também o bolo de tareco, que dia nenhum há de faltar. Água fervente na boca da chapa esquenta e fervilha, vai ser depenado um penoso sera regado junto as iguarias, que no almoço sera feito com carinho, virará frango a passarinho. Zé, esta na lida do leite, no rachar de uma lenha, enquanto o gado na invernada arreia o seu cavalo Brabeza, sela que foi feita em couro curtido sai atras do gado com muita destreza.
Maria grita trepada na porteira -- Zé,a boia ta na mesa! Sua voz ecoa nas pradarias, chegando a pé do seu ouvido puxa a rédea do seu Baio, -- Vamo embora cumê a boia da Maria. A tarde já se faz noite lamparina acesa no rabo do fogão, Zé, com seu pés dentro de uma bacia, com sua calça arregaçadas, toma seu banho de gato,já dizia, na água que já esta um pouco fria. O galo canta novamente parece que nem dormiu, há um novo raiar la no Fundão na roça deste homem simples, que se expressa um tanto quanto errado mas que faz o progresso desta nação. Feliz do homem do campo que tem de tudo à suas mãos, tem trabalho e muita labuta, é feliz do seu jeito muito bem recompensado, à sua maneira e do seu jeito.
Desvisto as páginas dos meus tempos já um tanto amarelecidas, com quanto transfiguradas cheiros de bolor de uma herança, porem intactas, estão minhas lembranças preservadas incólume, minhas vivendas, meus decorridos, minhas andanças. Em meio a elas, nas folhas descoloridas, visualizo sem pejos algum, semi-desnuda, desprovida dos pragmáticos, atiça-me desejador meu afegar sem pudor. Pensante,me achego, no seu aconchego, entre-laço nos seus abraços, amancebando-me em concubina com uma afeição profunda, aquela que me abunda. Fartando-me dos seus desejos repentinamente se achegue a brisa, folheando fugazmente, transmutando a minha história deslustrando-me das memórias, uma página dos meus tempos sem devoção ou constrangimentos.
Poetar são insuflações Divinas de um ego,que em um gozo sobrenatural,expele comoções exacerbadas extraídas das inspirações do interno,em momentos do aprazer de um clímax literário. São fantasias lúdicas,ou não,de extratos de uma alma em sua lucidez plena. O poetar,se compõe das decomposições sádicas masoquistas do sofrer,sintetizadas em um versejar de prazeres,arrancadas de uma lucidez porem vivas,de um conscientes em chamas. São palavras aglutinadas e ordenadas virtualmente se tornando reais nas sublimações das concrescibilidades. Dons naturais,conscientes,aos receptíveis destas habitabilidades. Ou sejam,são palavras catadas ao vento,ordenadas em pensamentos sobre uma folha em branco de papel,dando-nos o seu colorido literário e poético.
Na quietude de uma tarde sorrateira uma saudade tamanha, que me acanha. Meus pensamentos incheridos, vagam destemidos ate a ela naquela manhã de primavera. Me olha de soslaio, com trejeitos e brejeirices atingindo-me como um raio. Sua desnudez sobre a relva plácida, fomentam os meus desejos libidinosos nos fetiches sexuais demoníacas, que me eram abrasador, agasalhando-me em suas essências afrodisíacas. Amoldurei-me naquela nudez mordaz, mendigando-a em minha sede voraz. As suas pudicícias,que já não as eram, fiz-me pleno no enlear de nós dois glorificados momentos depois. A relva em testemunha, ruborizante ao ato fecha-se em desagrado, ao amor pleno tão sublime e sereno.