sexta-feira, 27 de março de 2015

" O ENLACE"

TRAJANDO EM CARMESIM
PIGMENTOS DO SOL POENTE
SOBRE PLUMAS ALVEJANTE 
ATADAS ESTAS,
NESTE CAMINHAR OFEGANTE.
EM TAFETÁS E GRINALDAS
CAMINHAS AO ALTAR MOR,
FULGENTE COMO CHAMA
NA ESPERA...
ESTE SER QUE A CLAMA.
UNOS EM ELOS DE FERROLHOS
HÁ O ENGALANAR DO ENLACE,
FINDANDO ESPERANÇAS,
CONTIDAS NO TEMPO
EFETIVAS À CONTENTO.
TROMBETAS ANUNCIANTES
ELOS DISPOSTOS NOS DEDOS,
BUQUE EM ARREMESSOS
TILINTAM TAÇAS,
ELA ME ABRAÇA.




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

"BATALHAS SANGRENTAS"

Nos mares dantes nunca navegados
em meio às minhas tormentas,
eu a busco.
Quiça nas brandas correntes
ou talvez nas tempestuosas torrentes.
Travarei batalhas sangrentas
singrarei os sete mares,
extenuarei-me nas suas buscas
quebrantando as ondas calmas,
pondo termo a dor da alma.
No fastígio da emoção,
encontrá-la em qualquer lugar
instiga-me este buscar
conquanto houver um lugar.
Deusa dos Oceanos
conduza-me ao Faroleiro,
que a tudo vê
induza-me a ela,
nesta angústia que assim encerra.








sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"PERECER DO AMAR"

VASCULHO AS MINHAS EMOÇÕES
EM MEIO AOS LABIRINTOS DESPOVOADOS,
AMBICIONO EXTERIORIZAR MEUS SENTIMENTO,
RESERVADOS NOS SÓTÃOS VAZIOS DAS MEMÓRIAS,
PERDIDAS EM MEIO AS HISTÓRIAS.

INSPIRAÇÕES QUE SE OCULTAM,
SENTIMENTOS QUE DEVANEIAM
DESOLADOR,PORTO-ME DEVOTADO À AÇÃO,
EXALTAR-ME À SUA COMOÇÃO.

PROFERIR-LHE DOS MEUS SENTIMENTOS
TRAÇOS DA MINHA EXPRESSÃO,
AQUI,REVELADOS A ELA,
EM AQUARELAS,
PELOS MEUS PINCEIS EXALTADOS
NA TELA,COM OS MEUS GRAFADOS.

ESTE SER DÉBIL DECENTE
NO SEU PLATONISMO VELADO,
FECHA-SE RUBORIZADO,
A ESTA VIRTUAL PAIXÃO
QUE NÃO SABE EXPRESSAR COM DESTEMOR,
PADECE DESTE INSUPRÍVEL AMOR.

ARRASTO INCANSÁVEL ESTA APARENTE BRAVATA,
ME AVIZINHAR-SE À ELA
NARRAR-LHE DOS MEUS SEGREDOS
JÁ TÃO SÔFREGO 
PROFERIR O MEU CORTEJAR,
ANTES DO PERECER DO AMAR.




















sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

" A MORTE DO AMOR"

Ao dissecar as suas lágrimas,apiedo-me à aridez estampada em seu rosto.
Marcas de um consternar,pulsão na rigidez da sua alma,profetizando o quanto sofrível o seu decorrido,ao divisar elos aleijados recentes.
   O insulamento a sabatinava a todo instante,neste seu caminhar errante,do porque do seu querer,e do não querer,findar-se neste desfolhar dos sonhos do que fora no outrora.
   As cortinas descerram sobre o seu ato teatral.O silêncio lúgubre dos seus sonhos não a ovacionam.As ilusões esvaem pelos corredores da mudez,e nos entre-dedos,gotejam como um ampulheta,as suas dores,determinando os seus momentos únicos.
Esvaecida,se debulha e dobra sobre os seus cacos putrefatos,entorpecida da morte.
   Agora,em seu sublimar,se eleva aos céus buscadora da sua semelhante alma, derruída em um passado recente.
   Sua sinópsia:
   "Aqui jaz um amor carcomido ferido e inerte,sobre os escombros falidos do não demulcente ato de um amor eterno.








sexta-feira, 21 de novembro de 2014

"AMOR E DESEJOS"

O vento baila imutável sobre os montes.
O sol no seu poente e horizontes,
graceja no seu esconde-esconde.
A lua sorrateira,
sem eira e nem beira,
surge desnuda sem pejos
em meio ao rio Tejo,
a um casal da praça
que se acham cheios de graças.
Com o aparecer da lua
galanteador, ele diz a ela...
  -É toda sua!
Ruborizada sem trejeitos
ele a envolve deleitante,
e a lua arrogante,
em testemunha,
aclareia os seus beijos
cujo a alcunha,
amor e desejos.

sábado, 8 de novembro de 2014

"ILUSÕES PASSADAS"

Lacerei os recortes do meu passado
em fragmentos nítidos.
Uns,um tanto quanto opacos
mas visualizo traços marcantes,
do que fora o antes,
que não foram deletados.

A jovialidade daquela porção
retratavam vivências marcantes,
como as bodas dos quinze anos,
a rodopiarmos no salão,
no aconchego dos meus braços
hoje trêmulos,compactuados aos meus embaraços.

Em vão,uno as dispersões às saudades
um caco aqui,outro acola,
mas carece de algo neste pedaço
que busco insano,
esta oculto em um canto dos meu prantos,
que hoje eu os faço.

Recortes ora nítidos
outros nem tanto,
no entretanto visualizo as minhas certezas
meus atos de singeleza,
comungados à minha musa bela,
entalhada e delineadas em aquarelas.

Existimos em nossos palácios
nos castelos dos sonhos,
carruagens aladas,
nossos contos de fadas,
que agora em um soprar de briza 
afugentam nossas ilusões passadas.















sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"PÁLPEBRAS EXAURIDAS"

Nas calmarias da mudez
um coração escruta.
Lágrimas esvaídas
nas faces de um padecer,
marcas doídas.

Reflexões perambulam em um vasio
procurador das razões,
desviadas do obscuro
vazadas no desaguar dos entre dedos,
agora sem arremedos.

As pálpebras em sua estiagem
esgotadas do seu sofrer,
aos olhos compadecidos
se fecham condoídos,
as provações e esperanças de um prover.

Sequestraram os seus dogmas 
arrastando-as aos calabouços,
atadas nas masmorras do pensar
como vendas no olhar,
o resgatar daquele moço.

O horizonte descerra as suas portas
correntes desatadas.
Radiante luz exterior
é a renovação de uma aurora,
que outrora foram fragmentadas.