domingo, 25 de novembro de 2012

O LOUCO

Se louco eu fosse,
esmurraria o vento
gritaria tanto que ecoaria no firmamento.
Rasgaria a estrela cadente
quando caísse sobre mim ardente,
colocando a veracidade de minhas sandices
e todos gracejariam de minhas burrices.
Se louco eu fosse
galgaria a linha do horizonte
buscado o poente na travessia daquela ponte.
Me visualizo sempre do lado de fora
se por dentro nunca estou,muito embora.
Procurei arrastar o infinito sempre a sorrir,
transfazendo-o em manta para me cobrir.
Se louco eu fosse,
e louco como eu sou,
bradaria bem alto ao povo que vou
ser o buscador de minhas sanidades,
em todos os cantos das cidades
a paz que eu procuro,
nas lixeiras da vida,ou nos literários dos muros.
Se louco eu fosse,
e mesmo que não o fosse,
prosseguiria levando da vida coices
que me impelem a este fingimento,
que amaina o meu tormento,
em ser uma pessoa por igual,
embora,buscando o impossível racional.
  










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terça-feira, 20 de novembro de 2012

O IDOSO

Daqui de minha cadeira de balanço
vejo o quanto os anos passaram la fora.
A árvores que quando em criança plantei
já sombreia daqui ate la fora.
Os óculos que dantes mãos os tinham,
ornamenta e escorre para o final de meu nasal
aproximando-me mais do real.
Os anos não passaram essencialmente la fora,
mas  arrastaram consigo a nossa juventude
que lutei bravamente o quanto pude.
Mas o tempo é ruinoso
não reverência os mais idoso.
Em meu caminhar já necessito de um apoio
uma bengala indispensável e bem polida,
que é o meu sustentáculo que me leva aqui e acola nesta vida.
As minhas noites de boémia,frequento-as somente em pensamentos,
os bares de minha vida
hoje,só ficaram em meus lamentos.
Volto o meu olhar para a minha velha e carcomida chinela,
vejo a minha vida encravada nela,
arrastada pelo chão,aguardando o merecido descanso,o meu e o dela.
Os meus ouvidos já não assimilam bem os sons,
as pessoas bradão alto com as mãos em côncavo
mas não é imprescindível,nem tanto,
pois ouço ainda o bastante
para que se reverencie este pobre velho errante.
As resignações já não são prerrogativas daqueles que nos cercam,
se encolerizam como nosso caminhar vagaroso e arrastante
olvidam que os mesmos dias passaram em suas vidas,
e que um dia,terão a sensibilidades das mesmas feridas.
   Falam de uma terceira idade.
Quisera eu,que me fossem levado a ela,
mas o período daqueles que nos cercam
são exíguos para este velho matusquela.
O ónus da velhice não se determina pela idade,
mas pelo peso do desprezo
que interiormente em nós,reflecte muita maldade.
Somos olvidados pelos cantos das insignificâncias,
albergados as vezes em asilos de velhos abnegados
somos postos em esquecimentos,
como se fossemos objetos deteriorados.
A plremíssia única vem dos céus
que nos fomenta um novo descanço.
Para eles, ele repousou,
è o que restou.
Que se afoguenten e atirem ao léu
para que não sejam nem lembrados,
os pertences deste velho divinal,
que já repousa junto a Deus nos céus.




























terça-feira, 13 de novembro de 2012

GRACIOSIDADE

La vem ela andante
não anda,flutua,
como espumas esvoaçantes
como o brilho da lua.
Seus cabelos loiros a cascatear pelos ombros
ornando o seu rosto de uma lindeza pura,
deixando homens em mulheres em escombros
um verdadeiro anjo de candura.
Seu corpo foi talhado delicadamente,
pelo escultor maior em sua inspiração,
o Deus onipotente,
na sua maior criação.
Seu sorriso é cativante
é a sua recepção,
nos deixa delirantes,
sua virtude,é a nossa maior emoção.
Seu perfume é amadeirado
próprio de sua nascensa,
exala por todos os lados,
é a musa da renascensa.
Defere seus préstimos com ternura,
no montante do que lhe capaz
seu nome é brandura,
graciosamente,Patricia Mores.


              Este mimo é uma forma respeitosa deste humilde poeta homenagear  esta moça de sorriso 
cativante que nos atende  com o que lhe é peculiar,a educação.É recepcionista do  Hospital São José de Uberaba na parte de hemodialise.Falo em meu nome e de todos aqueles que passam todos os dias 
pelas suas mãos.Gratíssimo por nos atender com este seu sorriso sem a menor pretensão de um retorno.                      Fica aqui a homenagem deste velho poeta Diney Marques.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

FRAGRÂNCIAS QUE ME LEVAM A ARAGUARI

As fragrâncias que exalavam daquela rosa,me arrebatou aos meus idos e vividos
tempos de minhas serestas em Araguari.Quando da mesma postado em sua janela
marcavam assim uma simbolização de um sentimento inexpugnável.
   Dos acordes melódicos que deslizavam pelas frestas de sua janela,la iam repousar
remansado nas calmarias que embalavam os seus sonhos de princesa, que talvez eu e 
o meu pônei já não os habitavam mais.
Meu coração ilacerável apiedava-se com saudades deste inaceitável apartar.
Talvez a tessitura melódica que ressoavam de minha alma,arrebataria os resquícios hibernados que se
perderam pelas entranhas do tempo que eu ainda indubitável tentava resgatar esta aparente cumplicidade
arquivadas nas gavetas do tempo.
   O tempo se foi.A melodia silenciou-se e se perderam pelos desertos  de minhas emoções e das suas 
insensibilidades.
Mas as fragrâncias não! Elas ainda são absolvidas pelas minhas lembranças que são ainda retratadas no
hoje como se fossem no ontem.
Talvez quem sabe,eu, e este meu velho violão,e uma rosa  roubada ainda não repouse sobre qualquer janela
de minhas saudades,nas idas e vindas de minhas emoções não rompidas  pelos poentes e nascentes dos
sucessivos dias.