quinta-feira, 31 de julho de 2014

"ESSÊNCIAS"

Exumei-a dos escombros de uma saudade
em um cantinho já olvidados
destravando os ferrolhos da memória,
visualizando-a em retratos emoldurados nítidos
inolvidável à nossa história.

Esquadrinhei-a nos trilhos das nossas andanças
nas intempéries das caminhadas  já percorridas,
que foram fracionados nos tempos
agora,aglutinadas em nossa essências,
sobremodo, no coração há guarida.

Lapijei-a em folhas alvas
matizando-as com nossa verbalidades,
transmudando em aquarelas
postadas nas paredes de minha alma,
ornando agora,sem receios algum
sobre mim,com seu cheiro de Bromélias.

O saudosismo faz a sua presença
em um suave martirizar,
objetivando não mais sonhos
uma fulguração real,
em um só entrelaçar.








quarta-feira, 23 de julho de 2014

" O ROCEIRO"

O galo infla o seu peito
com o seu jeito de tenor,
abre a sua cantadeira
anunciando uma nova aurora,
acordando o roceiro
a iniciar a sua vida mateira.

Fogão já em brasa
lambendo as penelas,
fervilha o café com o leite
assando ate o bolo de fubá,
enquanto no curral Zé ordenha,
ao lado,com milho, ha um jacá.

O bule sobre a mesa
o bolo na gamela,
que será a sobre-mesa
mais tarde no jantar.
Tem também o bolo de tareco,
que dia nenhum há de faltar.

Água fervente na boca da chapa
esquenta e fervilha,
vai ser depenado um penoso
sera regado junto as iguarias,
que no almoço sera feito com carinho,
virará frango a passarinho.

Zé, esta na lida do leite,
no rachar de uma lenha,
enquanto o gado na invernada
arreia o seu cavalo Brabeza,
sela que foi feita em couro curtido
sai atras do gado com muita destreza.

Maria grita trepada na porteira
-- Zé,a boia ta na mesa!
Sua voz ecoa nas pradarias,
chegando a pé do seu ouvido
puxa a rédea do seu Baio,
-- Vamo embora cumê a boia da Maria.

A tarde já se faz noite
lamparina acesa no rabo do fogão,
Zé, com seu pés dentro de uma bacia,
com sua calça arregaçadas,
toma seu banho de gato,já dizia,
na água que já esta um pouco fria.

O galo canta novamente
parece que nem dormiu,
há um novo raiar la no Fundão
na roça deste homem simples,
que se expressa um tanto quanto errado
mas que faz o progresso desta nação.

Feliz do homem do campo
que tem de tudo à suas mãos,
tem trabalho e muita labuta,
é feliz do seu jeito
muito bem recompensado,
à sua maneira e do seu jeito.
















quinta-feira, 17 de julho de 2014

"PÁGINAS ESQUECIDAS"

Desvisto as páginas dos meus tempos
já um tanto amarelecidas,
com quanto transfiguradas
cheiros de bolor de uma herança,
porem intactas,
estão minhas lembranças
preservadas incólume,
minhas vivendas,
meus decorridos,
minhas andanças.
Em meio a elas,
nas folhas descoloridas,
visualizo sem pejos algum,
semi-desnuda,
desprovida dos pragmáticos,
atiça-me desejador
meu afegar sem pudor.
Pensante,me achego,
no seu aconchego,
entre-laço
nos seus abraços,
amancebando-me em concubina 
com uma afeição profunda,
aquela que me abunda.
Fartando-me dos seus desejos
repentinamente se achegue a brisa,
folheando fugazmente,
transmutando a minha história
deslustrando-me das memórias,
uma página dos meus tempos
sem devoção ou constrangimentos.





sexta-feira, 4 de julho de 2014

" A ARTE DO POETAR"

Poetar são insuflações Divinas de um ego,que em um gozo sobrenatural,expele comoções exacerbadas extraídas das inspirações do interno,em momentos do aprazer de um clímax literário.
São fantasias lúdicas,ou não,de extratos de uma alma em sua lucidez plena.
O poetar,se compõe das decomposições sádicas masoquistas do sofrer,sintetizadas em um versejar de prazeres,arrancadas de uma lucidez porem vivas,de um conscientes em chamas.
São palavras aglutinadas e ordenadas virtualmente se tornando reais nas sublimações das concrescibilidades.
   Dons naturais,conscientes,aos receptíveis destas habitabilidades.
Ou sejam,são palavras catadas ao vento,ordenadas em pensamentos sobre uma folha em branco de papel,dando-nos o seu colorido literário e poético. 

"DESEJOS LIBIDINOSOS"

Na quietude de uma tarde sorrateira
uma saudade tamanha,
que me acanha.
Meus pensamentos incheridos,
vagam destemidos ate a ela
naquela manhã de primavera.
Me olha de soslaio,
com trejeitos e brejeirices 
atingindo-me como um raio.
Sua desnudez sobre a relva plácida,
fomentam os meus desejos libidinosos
nos fetiches sexuais demoníacas,
que me eram abrasador,
agasalhando-me em suas essências afrodisíacas.
Amoldurei-me naquela nudez mordaz,
mendigando-a em minha sede voraz.
As suas pudicícias,que já não as eram,
fiz-me pleno no enlear de nós dois
glorificados momentos depois.
A relva em testemunha,
ruborizante ao ato
fecha-se em desagrado,
ao amor pleno
tão sublime e sereno.