sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A VENDEDORA DE ROSAS VERMELHAS

A ramalheteira passeava um pouco tropega pelos transeuntes daquela pracinha oferecendo as suas rosas vermelhas,quando um insano,propositadamente,lhe arrancou o cesto das suas mãos debandando-se pelos passeiros que por ali transitavam naquele momento.
Suas ilusões também foram lhes arrancadas,fazendo assim,murchar as realidades de seu sustento daquele dia,uma vez que das rosas vendidas,sairiam as suas sobrevivências.
Germinou dentro dela naquele momento,um ira incontrolável,mas que foi aplacada por um senhor,que passando naquele instante por ela,conduziu-a à sentar-se em um banco daquela pracinha.Enxugou-lhes aqueles olhos lacrimejantes,cheios de ressentimentos,afagou-lhes os cabelos,com pressentimentos que já os fizera antes,de uma velha intimidade interior.Algo naquela senhora chamou a sua atenção parecendo lhe algo familiar.Seu coração começou a bater no compasso do descompasso de suas emoções.
   As mãos daquele senhor eram afagantes para com ela.Um calorígeno invadiu-lhe a alma vinda das mãos acariciantes daquele homem.Ele introduziu a mão na algibeira de seu casaco,tirou algumas pecúnias,e as colocou sobre as mãos daquela pobre senhora que traduzia nas linhas das rugas de seu rosto,marcas de um tempo que não foram tão salutares e propícias a ela.Passara pela sua cabeça,ao divisar aquele homem naquele instante,lembranças de um passado marcante,quando da impossibilidades de criar o seu rebento,foi quase que obrigatoriamente em deixa-lo em uma creche de subúrbio,os quais,os anos trataram dos vendamentos das vivências de ambos para sempre.Daquele encontro,sem esboçar uma única palavra sequer entre os dois,somente um olhar de coloquio,se distanciaram um do outro,a procura de seus destinos.
   Aquela sena,transportara aquele homem para os idos de quando criança.Um passado um tanto quanto distantes,mas que retratavam o quanto os foram desfavorecidos a ele,quando deixado pela sua progenitora em um velho abrigo paupérrimo de arrebalde.Sabia,pelas histórias que lhes chegavam as mãos,que a mesma não tinham os proventos necessários para o sustento de ambos.
Destinos à parte foram lhes reservados distintamente.Aquele senhor,segundo a sua luta empenho e labor diuturnamente,se transformara em um emérito juiz de direito daquela comarca.Um homem de fino trato e pai exemplar.Apos aquele encontro,veio a baila mais uma vez,na imagem daquela pobre senhora,de quando criança em ser abandonado em uma velha creche.Logo seus pensamentos se dissiparam com o toque de seus passos descendo por aquela alameda ornada em Flaboyants.
   Daquele encontro ficaria uma incógnita familiar entre os dois.Cada um com os seus destinos,seguindo cada qual as suas predestinações.Ele,emérito juiz de direito de renome daquela cidade.Ela,o destino lhe reservara em ser apenas a VENDEDORA DE ROSAS VERMELHAS.  





























SOLIDÃO FRAGMENTADAS

Enquanto a chuva vertia pela janela
eu esboçava em meus pensamentos,
o interpelar dos meus lamentos
o porque dos meus sôfregos,
se já não tenho nenhum apego.

Talvez um queixume,ou lamento,
motivadas pelos meus insulamentos,
ou por estar tão só,
como uma ampulheta que derrama o seu pó
medindo a minha solidão,
sem dó ou compaixão.

Sobre a parede,Mona Liza,com seus ares enigmáticos,
me olha de soslaio.
Seu sorriso é pragmático
gozoso a minha dor,
das minhas idéias fragmentadas com bolor.

O relógio da parede compactua ao meu silêncio
marcando as horas seis,
há mais de um mês.
Detemos no tempo
agora contadas nos tentos.

Os relâmpagos fulguram la fora.
A chuva é mais amena.
Eu,junto a solidão,em contracena,
visualizamos o esvair do acaso
perdidas nas valetas do descaso.