quarta-feira, 23 de julho de 2014

" O ROCEIRO"

O galo infla o seu peito
com o seu jeito de tenor,
abre a sua cantadeira
anunciando uma nova aurora,
acordando o roceiro
a iniciar a sua vida mateira.

Fogão já em brasa
lambendo as penelas,
fervilha o café com o leite
assando ate o bolo de fubá,
enquanto no curral Zé ordenha,
ao lado,com milho, ha um jacá.

O bule sobre a mesa
o bolo na gamela,
que será a sobre-mesa
mais tarde no jantar.
Tem também o bolo de tareco,
que dia nenhum há de faltar.

Água fervente na boca da chapa
esquenta e fervilha,
vai ser depenado um penoso
sera regado junto as iguarias,
que no almoço sera feito com carinho,
virará frango a passarinho.

Zé, esta na lida do leite,
no rachar de uma lenha,
enquanto o gado na invernada
arreia o seu cavalo Brabeza,
sela que foi feita em couro curtido
sai atras do gado com muita destreza.

Maria grita trepada na porteira
-- Zé,a boia ta na mesa!
Sua voz ecoa nas pradarias,
chegando a pé do seu ouvido
puxa a rédea do seu Baio,
-- Vamo embora cumê a boia da Maria.

A tarde já se faz noite
lamparina acesa no rabo do fogão,
Zé, com seu pés dentro de uma bacia,
com sua calça arregaçadas,
toma seu banho de gato,já dizia,
na água que já esta um pouco fria.

O galo canta novamente
parece que nem dormiu,
há um novo raiar la no Fundão
na roça deste homem simples,
que se expressa um tanto quanto errado
mas que faz o progresso desta nação.

Feliz do homem do campo
que tem de tudo à suas mãos,
tem trabalho e muita labuta,
é feliz do seu jeito
muito bem recompensado,
à sua maneira e do seu jeito.
















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