quinta-feira, 17 de julho de 2014

"PÁGINAS ESQUECIDAS"

Desvisto as páginas dos meus tempos
já um tanto amarelecidas,
com quanto transfiguradas
cheiros de bolor de uma herança,
porem intactas,
estão minhas lembranças
preservadas incólume,
minhas vivendas,
meus decorridos,
minhas andanças.
Em meio a elas,
nas folhas descoloridas,
visualizo sem pejos algum,
semi-desnuda,
desprovida dos pragmáticos,
atiça-me desejador
meu afegar sem pudor.
Pensante,me achego,
no seu aconchego,
entre-laço
nos seus abraços,
amancebando-me em concubina 
com uma afeição profunda,
aquela que me abunda.
Fartando-me dos seus desejos
repentinamente se achegue a brisa,
folheando fugazmente,
transmutando a minha história
deslustrando-me das memórias,
uma página dos meus tempos
sem devoção ou constrangimentos.





2 comentários :

  1. Diney,tem razão,estamos sempre manuseando nossas páginas amareladas...Falou de memórias,e saudade, de uma forma diferente...Abraço

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    1. Marcia,com toda a certeza quando eu crescer como poeta gostaria de ser como você.

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