quarta-feira, 15 de maio de 2013

O SOLITÁRIO HOMEM DO CAMPO

Fogão de lenha em labaredas
lambendo as panelas queimantes e ferventes,
enquanto o roçador sentado à sua mesa
espera o fervilhar de seu café,enquanto as saudades sente.

pega a enxada afiada na pedra
a matula,dispõe em seu alforge,
segue o trieiro que o leva a roça
enquanto uma borboleta assustada foge.

Ao lado,uma riacho fundo
onde o seu lazer é a pesca,
nas domingueiras de sol a pique,
no sombrear de uma árvore,faz a sua sesta.

A tarde cai indolente
o sol arrastando a lua,
é a volta à sua vivenda
terminando assim,a sua contenda.

Lamparina acesa sobre a mesa
a viola geme em suas mãos,
a solidão é sua companheira
a ouvir sua canção.

As brasas,ainda, cintilam ao fogão
as cinzas começam a cobri-las,
como as saudades a vedar os seus lamentos
em não  querer senti-las.

Ela, se foi em uma tarde primaveril
por uma tola discussão,
largando todos os seus trapos e farrapos
na palma de suas mãos.

Sólito em sua tapera
o fogão lhe aquece a alma,
a viola rebate e chora
ate que o sono lhe cobre,e acalma.

Manhã um tanto nebulosa
lava o rosto em um rego d`água,
preparando uma nova jornada
labutando para esquecer das suas magoas.














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