terça-feira, 1 de abril de 2014

"UM CAIPIRA MINEIRO"

Quantas vezes triei aquela pinguela
no ombro carregando minha enxada
a qual afiei o fio dela
para carpir minhas invernada.

Colhi e fartei os meus jacas
muitas verduras nas gamelas
outras tantas sobre a mesa,
colhidas com as minhas certezas.

Encharquei-me nas frias garoas,
andei nos trieiros orvalhados
coloquei rações nos cochos,
os quais por mim foram talhados.

Nas manhas de primavera
sobre o meu fogão de lenha,
meu bolo de mandioca eu fazia
que dentro da matula ia.

Fartei os meu celeiros
abarrotei minha tulhas de milho
nas tardes fui cavaleiro,
no campo um trabalhador andarilho.

Nas noite de meu repousar
orei a virgem Maria,
para mim e aos de pouca fé,
que nos dê saúde nas causas do dia a dia.

Vivo só na minha solidão
em minha casinha de pau a pique,
é bem simples e modesta
mas o bastante para o que me resta.

Sou um caipira mineiro,
com muita honra e satisfação
a terra que do mato eu faço meu lenho,
é o meu berço o meu rincão.

Quando o meu tempo passar,
quero que me plantem por aqui,
que eu germine garboso,
nos corações daqueles que de mim se setem orgulhoso.

Não quero tristeza nem choro,
somente amigos e alegrias,
porque aqui cumpri a minha sina,
com fé e galhardias.

Minha herança esta reunida no meu trabalho,
que deixo ao homem do campo,
e ao homem da cidade, 
o que me restar de minha honestidade.

Que ela sirva como um pouco de exemplo,
la na roça tem trabalho,
mas tem também caráter e honestidade,
é um pouco do que deixo, ao que falta ao homem da cidade.





















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