quarta-feira, 10 de julho de 2013

O MATUTO

A lenha queima lentamente
é o cafe a fervilhar,
labaredas ardem as penelas
enquanto acomodado em um tamborete,
o matuto arregaça as calças ate a canela.

Seu caminhar é ate o curral.
Laça a perna da Mimosa
o tamborete lhe apoia o assento,
extrai o leite que cai ao balde,
espumante,morninho,é o que alimenta o seu rebento.

A lida não para.
É o apartar das rezes,
que muitas das vezes,
dispararam para a invernada,
em uma corrida desenfreada.

Emenda a cerca partida,
limpa o rego d`água
o milho é triturado no munjolo,
enquanto canta sem mágoas
alegria do sertanejo em carpir o solo.

O sol quase se pondo
sobre uma gamela de água quente,
repousa os seus pés cansados
pensando já na próxima nascente,
a labuta que será enfrentado.

O galo canto no poleiro
anunciando as horas seis,
enfia o seu pé na botina mateira,
de um pulo esta na cozinha
ajeitando a matula que é bem caseira.

Ajeitado sobre o arreio
cutuca as costelas de sua égua,
segue o trieiro com os latões de leite
é uma luta sem trégua,
não tem tempo a deleites.

Entrega seu leite na corrutela
passa na venda de seu Mané,
pega um litro de querosene
um pedaço de fumo,
é a alegria deste ser perene.

De volta a sua labuta
a diária é constante,
mas é o alimento de sua alma,
que agradece a Deus pelas dádivas
das coisas que lhes sempre são abundantes.

Ajoelha a pé de Aparecida
reza a sua Ave Maria,
finda com o nome do Pai,
agradece a romaria,
onde caminha todos os anos com fé e galhardia.









































Nenhum comentário :

Postar um comentário