sexta-feira, 12 de julho de 2013

UM PASSADO MARCANTE

   Walter,puxou a manga de seu agasalho,pousou o seu olhar sob o seu relógio de pulso,marcavam seis e meia da manhã.Andava um tanto quanto apressado.Estava um pouco atrasado para o Ônibus o qual apanharia na rodoviária,as sete em ponto.Pela calçada,parou para exercer a sua benevolência que sempre lhe eram peculiares,ao dar uma moeda para aquele pobre velho que jazia sobre aquela calçada fria de inverno chuvoso.Walter,com a sua mochila sob as suas costas,apressava o seu passo,e ao virar a esquina,veio abalroar com uma senhora,vindo quase a joga-la sobre aquela calçada encharcada de água.Teve tempo ainda,de ouvir da pobre velha,palavras de baixo calão,no seu desculpar com a mesma,que assim fez com que o pobre rapaz viessem quase a perder o seu Ônibus.
   A rodoviária estava abarrotada de transeuntes em busca de seus respectivos box para os seus devidos Ônibus.Walter adentrou o seu Ônibus a procura de sua poltrona de número onze,ao lado da janela.Sentou-se,sem menos aperceber que uma senhora elegante,perfumada,sentou-se a seu lado.Estava absorto em seus objetivos.Não prestou muito atenção naquela senhora de fino trato.Queria,que o seu Ônibus criassem asas para que se chegassem ao seu verdadeiro e tão esperado destino.Ao passar as paisagens pela sua janela,seus pensamentos foram vagando quando da vez primeira,sob um altar de uma nave de Deus com a sua guitarra,entoando cânticos de louvor naquela missa,quando os seus olhos cruzaram com os dela.Coisa espontânea.Lembra ainda,de quando o padre ao fazer a homilia,ele absorto,trocavam olhares de coloquio,com aquela menina de olhos negros,porem doces,cílios destacáveis aos olhos,boca com um emoldurar de um batom suave de menia moça.Por várias vezes aquela sena se repetira ao longo de mais de um ano.
Walter,hoje,havia se mudado daquela cidade a procura do aprimoramento de seus estudos e trabalho.Nunca mais a vira.Seus sonhos ,ate então,de uma aproximação se perdera pelos verões e invernos da vida.
   Em uma tarde,já um pouco fria,sentado em sua mesa de trabalho com o seu Net Book,absorto,olhava as gotículas da chuva que escorriam pela sua janela,como naquele momento também,lhes escorriam as saudades daquela que não o fora,e tão pouco lhe havia dirigido uma palavra se quer naqueles tempos.O platonismo tomara o seu ser desde então.Seu violão solitário em um canto da sala,vez ou outra,vibravam as suas cordas,buscando através de seu trinido a imagem de sua musa bela nos acordes melodiosos de algumas canções.
   Ao voltar o seu olhar para o Net Book,algo lhe chamou a sua atenção.Alguém postara uma foto em um site de relacionamento,o qual a página estava focada, de várias pessoas,e dentre estas,Walter reconheceu a figura doce e pura que se destacara dentre as outras.Atônito,como havia parentes,ainda em sua cidade de origem,ligou para uma de sua primas,indagando sobre Ana Maria.Ana Maria,soubera de seu nome um pouco antes de se mudar de sua cidade natal.Naquele momento Ana Maria inundava-lhe a alma apos tantos anos.Sua prima lhe dissera que sim,ela ainda residia naquela cidade e trabalhava em um repartição pública.Walter,tentou vários contatos via net,mas todos em vão.
Agora se passara vários anos,Walter desce do Ônibus com as pernas um pouco trêmulas da emoção.Chegara a tão esperado destino.Já se passara desde então, vários anos decorridos.A velha e bela cidade de suas origens,estava ali,intacta,salvo algumas modificações na pracinha,mas tudo como antes.A mesma pracinha,com a sua feirinha livre ao lado da praça.Agora seus pensamentos já não eram os mesmos de anteriormente.Walter ao voltar o seu olhar para a torre da igreja que se encontrara em frete a praça,visualizou que o relógio marcavam dezoito horas,quando os sinos começaram o seu badalar das seis batidas.Em um repente,o badalar do sinos fizeram com que ele voltassem à sua realidade.Sabatinou-se por várias vezes o seu eu.Agora o que fazer,para onde ir,onde procurar,havia ela casado?!E se casada o fossem,o que o remeteu em estar ali estático,entre laços e traços,e nós atáveis ou não desatáveis?!Um sentimento de tristeza lhe abateu,com um misto de aflição e expectativas o tornaram o seu dono.
Um vazio cobriu-lhe a alma como uma escuridão desértica.Tudo de uma só vez lhe passara pela cabeça.Não suportaria a veracidade de que aquela que era a sua musa eterna estivessem unida a outrem pelos laços do matrimônio.Teria filhos?!Aquela dúvida carcomia as suas entranhas.Já se passara dua horas de sua estadia naquela rodoviária.Resolveu de vez colocar fim aquela questão.Caminhou ate o guichê de passagens,adquiriu-a e deu prosseguimento à sua volta.Adentrou novamente aquele Ônibus,encerrando assim um ciclo que marcara toda a sua vida,mas que agora extirparia,com todas as forças de sua memória.
   Sentou-se novamente naquela poltrona fria,não mais acolhedora,e pela janela viu passar imagens de um passado que tinha como epílogo,a história de um jovem que amou,enamorou-se uma jovem com todas as forças de um passado irradiante,porem com um futuro incerto.





















 




















Nenhum comentário :

Postar um comentário