quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O CARPINTEIRO JOSÉ BARBINO

La pras bandas do Amanhece
Vivia o carpinteiro Zé,
Homem franzino e landino
Com as mãos manejava o formão que nem São José.
Com o enxó rasgava a madeira
Cavacos cortava o ar,
Suor corria pela testa,
O trabalho não podia parar.
Da madeira surgia a tabua
Com a perícia de suas mãos,
Fazia ate canoas
Que não se afundava nem na água.
Seu defeito era o gosto pela cangibrina
Quando bebia ficava de fogão,
Perdia ate o rumo e a sensatez 
Que não se achava nem com lamparina.
Vivia mais no porre
Do que na sua lucidez,
Mas com o formão na mão,
Não existia embriaguez.
Diz-se por aquelas bandas do Amanhece
Quem quisesse a prestação de seus serviços,
Comprava vários litros de cachaça,
Para abastecer o coitado que dizia "ser feitiço."
Era mesmo movido ao caldo do bagaço
De sua arte,dúvidas jamais,
Um exímio carpinteiro,
Do pau tirava o coxo,e ate currais.
Sentado em um pé de pau
Picava o seu fuminho mineiro,
Resmungando pelo canto da boca,
Que estava sóbrio sim...o dia inteiro.
Pito no canto da boca
Riscava a sua binga de querosene
Do pavio surgia a chama,
Que inebriava aquele ser perene.
Saudoso Zé Barbino
Que deve estar no auxilio de São José,
Entalhando um coração para os homens,
Aqueles malfadados da pouca fé.

        Este é um tributo que eu presto a este homem carpinteiro que viveu em um arraial de nome Amanhece la pelos idos de 1950 e que eu tive a honra de conhece-lo quando criança,tomando cachaça no empório de meu pai.Foi o mestre dos mestres na arte da carpintaria.Homem franzino,muito baixinho mas quando empunhava o formão se tornava  tão grande e forte quanto a sua maestria nas transformação das madeiras.















































































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